Páscoa, artigo, imigração, etc...

Passei mais um tempão sem escrever, tudo culpa da universidade, que para variar anda me estressando... Toda semana é uma pilha de coisas para corrigir, listas para fazer e esta semana tive de preparar um aartigo para mandar para um congresso...

Bem, pelo menos tenho novidades. A primeira é que eu e Nanda fomos na IKEA comprar mais um móveis. Essa é uma loja que vende tudo desmontado e geralmente mais barato. Mas, o interessante é que é a única que vende coisas que a gente acha bonitas. Pense num mau gosto que o povo aqui tem para móveis. Tudo tem que ter algum frufru. Aluguei uma van (bem menor que o caminhão que fiz a mudança) e fomos para lá (fica no final da cidade). Compramos uma mesa para transformar de vez o storage room em um escritório e outra para ser a mesa de jantar. A antiga mesa de jantar foi para a varanda, onde será muito usada no verão (leia-se julho).

Aproveitamos que ficamos com bastante mesas para fazer uma almoço de páscoa aqui em casa. Foi ótimo, a casa ficou cheia, mas o bobão aqui se esqueceu de tirar fotos. Desculpem a falha. Em minha defesa eu digo logo que Nanda também não lembrou.

A segunda novidade é que eu recebi a resposta do consulado sobre o pedido de imigração que eu e Nanda fizemos. Daqui a incríveis 16 meses eles vão começar a processar nosso pedido. Como o processo, depois que começa, ainda demora uns bons 4 a 5 meses, isso quer dizer que, lá para o início de 2010 a gente vai obter o "green card", ou PR como aqui é chamado.

A gente está pedindo isso por diversas razões. A maior é que a gente não sabe o que vai fazer ao fim do doutorado, então não custa nada multiplicar por 2 o número de países que a gente pode trabalhar. Segundo, como estudantes internacionais, a gente paga muito mais à faculdade do que com um PR, logo em um ano a gente economizaria mais que o dobro do que está gastando no processo. Terceiro, existem certas restrições para quem está aqui como estudante ou trabalhador temporário. Por exemplo, o orientador de Nanda queria que ela fizesse umas análises para o departamento de polícia daqui. Porém, só PRs ou canadenses podem entrar nas salas dos arquivos da polícias. Então, o negócio (que pagaria muito bem) mixou. Por último, após 2 anos como PRs a gente pode pedir cidadania e passaporte canadenses. E com isso ter entrada franca em 90% dos países do mundo (uma excessão é o Brasil, mas para isso a gente ainda vai ter o brasileiro). Eu só tenho de descobrir antes se o pedido de cidadania canadense iria fazer eu perder a francesa. Mas, eu já ouvi falar que não. Com isso, a gente ficaria com 3 passaportes. Quase dois agentes secretos, hehehe.

Bem, tenho que voltar ao meu artigo, beijos!!!

Saint Patty's II

O clima aqui sempre me engana. Quando achava que a neve tinha ido embora deu uma nevasca na última sexta-feira que trouxe ela toda de volta. Claro que tinha que ter sido justamente na hora que eu fui ao supermercado e tive de voltar andando com as compras... Bem, acho que agora sim foi a última. A temperatura agora está bem mais agradável. Só preciso usar um suéter para ir para a faculdade.

Estou numa correria incrível. Toda semana agora tenho uma pilha de listas de exercícios para corrigir. E, sinceramente, a cada lista que eu corrijo eu vejo como o curso da UFPE me deu uma base sólida. O curso em questão é de circuitos básicos para alunos de cursos de engenharia, excetuando-se elétrica e eletrônica. Até agora (mais da metade do curso) eles só viram coisas que no Brasil é material do segundo grau (resistores, fontes de corrente, fontes de tensão) e mesmo assim as notas das listas estão muito baixas. É de assustar. Acabei de corrigir mais de 50 listas e dentre elas houveram mais de 10 zeros.

Nanda também está quase enlouquecendo de trabalho, mas acho que depois de 7 anos dessas loucuras academicas a pessoa acaba se acostumando. Os dias já estão ficando mais longos o que quer dizer que em breve as aulas acabam e só voltam em setembro!

Semana passada eu fui a um jantar do IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineering) pedir patrocínio para o evento que me colocaram para organizar. Jurava que ia ser uma coisa super chique, mas foi um jantarzinho xumbrega nos confins da cidade. Ainda por cima consegui um patrocínio menor do que o esperado (eles diminuiram o valor máximo dos patrocínios este ano). Sei que o IEEE, pelo menos o Northern Canada Section, caiu bastante no meu conceito.

Ontem foi Saint Patty's day. O dia do padroeiro dos Irlandeses. Aqui se comemora bastante, embora tenham poucos irlandeses. É só uma desculpa para sair para beber. Nanda estava super ocupada e não pode ir, mas como eu ainda estava devendo uma cerveja para Sheehan, que ajudou um monte na mudança fui com ele, Lukasz (que também é do meu lab.) e Gustavo, um brasileiro que mora aqui a tempos amigo meu. Ele apareceu lá com um chapéu irlandês gigantesco, que é claro eu tive de pedir emprestado para tirar uma foto. Tivemos de tentar 3 bares até conseguir entrar em um, devido as filas enormes.

Cerveja canadense com corante verde, para parecer irlandesa.

Eu com o chapéu de Gustavo. Notem a barba por fazer, sinal já clássico que estou estressado com o trabalho, hehehe. A foto saiu ruim por causa da iluminação.

Bem, já estamos a uma semana no novo apê e com isto nos adaptando a vida em downtown. Até agora quase tudo foi positivo. O supermercado, apesar de mais longe da nossa casa, é mais barato. Tem uma liquor store pertinho (aqui supermercados não podem vender nenhuma bebida alcóolica). Para ir para a universidade é bem rápido, basta entrar no metrô e andar uma estação. A vista é bem legal, e como nosso apê é virada para o leste, ao invés do norte, como no antigo, vemos bastante o Sol.

Isto, por sinal é uma característica peculiar daqui. Como Edmonton fica bem ao norte do trópico de câncer, mesmo no verão o Sol nunca fica no ponto mais alto do céu. Ele sempre fica um pouco ao sul, indo cada vez mais ao sul com o inverno e voltando um pouco no verão. Logo aqui o Sol nasce no sudeste e se pôe no sudoeste (Audentes também é cultura).

Continuando com as coisas boas, não sei se já expliquei isto antes, mas aqui os apartamentos não têm área de serviço. As máquinas de lavar e secar são do prédio que normalmente coloca um ou dois pares por andar. Para usar a pessoa tem que pagar. No meu prédio antigo era colocando moedinhas, agora a gente usa um cartão. Aqui, embora seja um pouco mais caras as maquinas são maiores e funcionam melhor. No outro prédio geralmente as roupas saiam humidas da secadora, o que era um saco, já que não há onde pendura-las. Aqui as roupas saem quentinhas... A parte ruim é que elas encolhem mais. Vamos ter de sair hoje a tarde para comprar calças para Fernanda porque uma delas encolheu, hehehe. Vou aproveitar e tirar umas fotos do metrô e do shopping para mostrar. Se bem que estas coisas não mudam muito de um país para o outro...

Nanda finalmente pediu e recebeu sua carteirinha de identidade daqui. Ela tinha tentado tirar logo que chegou, mas eles exigiam comprovante de endereço e ela não tinha. Depois esqueceu e só lembrou agora. Aí embaixo tem a foto de Nanda pagando de canadense. Tive de rasurar os dados porque sempre pode ter um picareta querendo usa-los, logo não é bom deixar eles dando sopa na internet.

ID de Nanda. A rosa selvagem que serve como pano de fundo é o símbolo da província, embora eu nunca tenha visto uma por aqui...

No mais, estou trabalhando feito doido. Tentando mandar uma artigo apra uma conferência, ajudando meu orientador com umas simulações de um sistema que ele está tentando vender para a indústria e com meus compromissos como organizador de um congresso que vai rolar em agosto. Para completar tive prova nesta sexta. Acho que me dei bem... Ah, ainda por cima tenho meus compromissos como monitor, puff puff. Estou doido para que o dia 28 de abril chegue, que eu finalmente me livro das cadeiras e vou ter 4 meses sem monitoria... Pelo menos como Nanda também tá superocupada ela não reclama, hehehe. Bem, vou lá almoçar, abraços aos homens e beijos as mulheres.

Mudados!

Já estou escrevendo este post no nosso novo apê. Já está tudo aqui e organizado (Ok, não 100%, mas tá quase). Mas, antes de falar do novo apê, vale a pena escrever sobre o processo de mudança.

Bem, aqui existem vários prédios que foram contruídos para terem todos os apartamentos alugados. Estes prédios sempre têm um gerente que fica tomando conta da entrada e saída moradores, além de resolver problemas do cotidiano.

Normalmente nesses lugares faz-se um contrato mínimo de uns seis meses e, após este período, pode-se sair quando quiser desde que o aviso seja dado com um mês de antecedência. Uma coisa que eu estranhei é que neste um mês após o aviso o gerente pode entrar em seu apê para mostra-lo para futuros inquilinos. Claro que, seguindo a risca os princípios da lei de murphy, o gerente só aparecia para mostrar o nosso apê quando ele estava o mais bagunçado possível.

Pois bem, resolvemos nos mudar pois o prédio antigo era realmente antigo. O chão rangia bastante e vivia entrando ar nos canos o que resultava num zumbido muito alto. Além do mais, o carpete e as portas eram marrons o que dava um aspecto sempre escuro. Para completar, nosso apê tinha uma vista exclusiva para a lixeira do prédio da frente. Um belo dia viemos visitar uns amigos num apê aqui em downtown e vimos que pelo mesmo preço que pagavamos lá podiamos morar num apê bem melhor. Então eu entrei em contato com a gerente daqui em janeiro e então no dia 1 de fevereiro ela me ligou oferecendo um apê, o qual foi prontamente aceito.

Como serviços aqui são bem caros, as mudanças são geralmente feitas pelos próprios moradores e existem empresas que alugam caminhões de mudança (pois é, após mais de 6 meses sem pegar numa direção, eu tive que dirigir um caminhão enorme). Na quinta-feira, então, ficamos eu, Fernanda, Sheehan (meu colega de lab), Isac e Cecília (o casal que já morava aqui) carregando e descarregando o caminhão. Pensem numa trabalheira. Meus braços e pernas pareciam que eu tinha malhado pesado durante horas...

Agora sim, falando do novo apê... Ele é tudo de bom, maior, mais novo, mais alto e mais bonito. Antes moravamos em Garneau, o bairro que fica logo a oeste da universidade. Agora moramos no centro, o que ao contrário de Recife é algo muito bom. Moramos no 11 andar e temos uma vista de boa parte da cidade. Na saída do nosso prédio tem a entrada da estação de metrô, o que significa que não teremos que ficar andando no frio ou esperando ônibus durante o inverno. De fato, Fernanda tem agora que andar só uns 5 metros até chegar na estação e então pode ir para a sala dela na universidade sempre andando no quentinho. Como meu departamento é no outro lado, eu ainda tenho que andar uns 200 metros. Bem, embora seja estranho ficar sempre "indoors", é bem conveniente quando a temperatura lá fora está -20C, -30C...

O apartamento é de apenas um quarto, mas tem uma despensa tão grande que estamos usando parte dela como esritório. A varanda é imensa, mas infelizmente fazer churrasco é proibido.

Quanto a gente, estamos bem feliz com a nova casa, mas atolados de trabalho. Afinal perdemos uns dois dias com a mudança e temos que compensar. Até o fim de abril vai ser uma loucura. Sexta feira eu tenho prova, torçam por mim.

Abaixo tem um videozinho que eu fiz da entrada da nossa casa para tentar mostrar o apê. Notem Fernanda fofocando com dona Tania pelo telefone e o meu reflexo no espelho. Mais trash impossível. hehehe.




As fotos podem ser vistas no link abaixo:

http://picasaweb.google.com/marceljar1/NewApartment