Audentes Fortuna Iuvat

Monday, January 29, 2007

Rotina.

Após um começo bem atribulado acho que agora as coisas vão seguir em rotação mais baixa. Finalmente estou conseguindo manter uma rotina: acordar na mesma hora, tomar café, ir ao lab, assistir aulas, almoçar, conversar um pouco com os colegas depois do almoço, voltar a trabalhar e depois vir para casa. Nos fins de semana eu faço minhas compras, sacudo todas as roupas na maquina de lavar e depois na de secar enquanto cozinho o que comprei. Até que minha comida esta melhorando.
Como não há muito a ser fazer em casa normalmente eu passo o dia todo no laboratório, só voltado para casa umas 8, 9 horas da noite. É incrível com tem doido no mundo, a qualquer hora que eu saia ou chegue no laboratório tem alguém. Seja as 7 da mahã de um sábado ou as 2 da manhã de uma terça feira tem alguém por lá.
Estou agora frequentando a academia da universidade. É de graça para os estudantes e é muito boa, tem aparelhos que eu nunca vi no Brasil e embora muitos aparentam já ter uns aninhos de vida todos estão em excelente estado. As pessoas são bem educadas, todo mundo passa um paninho no aparelho depois de usar-lo para que o próximo a usar o encontre limpo. Também é a única academia que eu já vi ter esteiras sobrando às 8 da noite. Como aqui tem times de football, basquete e hockey universitários e mais uma pá de esportes, tem uns verdadeiros monstros que malham por lá. Hoje eu um pedaço do ensaio das cheer leaders quando estava passando para a sala de ginástica. Me senti num dos milhares de filmes de adolescentes americanos...
Estou com sorte, o inverno não está tão rigoroso, só peguei temperaturas abaixo de -20C uma vez. Sinceramente o único incomodo é ter de colocar um monte de roupa para sair de casa para fazer qualquer coisa. Fora isso o frio impede a pessoa de fazer bem menos coisas do que a violência de Recife. Tudo bem que ninguém vai andar 1 kilômetro debaixo de -25C, mas alguém anda isso debaixo de chuva?
Vou indo que minha cama me chama. Amanhã tenho duas aulas, pois meu professor vai viajar na quarta e adiantou a aula. Aqui por mais importante que o professor seja ele nunca falta uma aula sem antes ter marcado quado vai repo-la. Acho que esta é a terceira vez que ele sai do país desde que eu cheguei.

Friday, January 19, 2007

Normalizando...

Essa semana correria foi enorme, primeiro resolvi trocar meu computador. Pois, embora o que eu tinha comprado fosse muito legal de se usar, o fato dele ter 17" não ajudava muito no transporte diário dele do meu alojamento até meu laboratório. Aqui as coisas funcionam assim, comprou e não gostou, devolve e pega o dinheiro de volta. Também tive de ir ao Canada Centre, que fica em Downtown para obter meu Social Insurence Number (SIN) que eu preciso ter para receber minha bolsa. No mesmo lugar funciona a agencia de empregos daqui. Eu juro que metade das estações de busca de emprego estavam vazias. Só me lembrava daquelas filas quando abre concurso para gari no Rio... Por último, descobri anteontem que teria até hoje para escrever um projeto de pesquisa para dar entrada em um programa de bolsas de estudos daqui de Alberta (cujo valor é maior do que a que eu recebo). Eu achava antes que teria ainda duas semanas para isto. Como eu vou trabalhar em uma área diferente da que eu trabalhei no Brasil foi bem complicado fazer o bendito projeto, mas até que eu nem achei que ele ficou tão ruim.
Agora acho que tudo vai ficar mais normal por aqui. Tive minha primeira experiência como cozinheiro. Consegui fazer um feijão com gosto de arroz, ou seja nenhum, arroz com gosto de arroz, porém no estilo a união faz a força e uma carne pré-pronta qe até que ficou boa. Fora isto eu cozi umas cenouras pequenininhas que tem por aqui. Vou pesquisar na internet antes de cozinhar de novo, pois minha comida ainda rende mais dois dias...
O pessoal do meu laboratório é composto em boa parte por persas (iranianos), não sei o porque, mas existem muitos persas nas universidades canadenses. Acho que é por causa da tradição de respeito as culturas daqui. Eu esperava gente fechada, mas eles se mostraram muito receptivos. Conversam sobre qualquer assunto, curtem rock, fast-food, mulheres de pouca roupa na TV, enfim, são gente como a gente. Não sei se estes daqui vivem no ocidente há muito tempo, ou se a imagem que nos é passada através da TV é errada, mas não imagino ninguém do meu lab. explodindo infiéis. Confesso, entretanto, que deu medo quando eu vi uma carta endereçada a um tal Osama na caixa de correios do meu prédio.

Monday, January 15, 2007

Em Edmonton.

Cheguei aqui em Edmonton no dia 3 de janeiro. Para minha sorte foi um dia quente (apenas -2C, o que para o padrões do inverno daqui é bastante quente). Claro que ao descer de avião, após um dia de viagem, uma das minhas malas foi extraviada. Da mesa forma é óbvio que ao invés de descer no lado leste do Campus eu fui descer no oeste. Assim, tive de de percorre-lo com uma mala de 30 kilos, além da bagagem de mão que pesava no total un 15 kilos. Bem o importante é que após um súplicio que parecia não ter fim eu cheguei inteiro (nenhum dedo necrosou!).

Tuca, um pernambucano que eu conheci via orkut me ajudou bastante nos primeiros dias, deu milhões de dicas e me deixou dormir na casa dele enquanto eu não comprava uma cama. Estou dividindo um apartamento universitário com 3 pessoas (um canadense, um indiano e um paquistanês) e meu quarto não tinha mobília. Ele e Janu (sua namorada) foram muito legais, não sei se um dia vou poder retribuir tudo o que eles me fizeram.

Minhas aulas já começaram. Meu departamento é impressionante, é mais ou menos como se eu tivesse aulas no aeroporto de Recife (o novo). Quando eu tiver fotos vou mandar. Meu orientador é bastante simpático e até gora todo mundo foi bacana. Tem uma verdadeira babel no meu laboratório. Muito iranianos, russos, uma croata, um quebecois, chineses a dar com o pau...

Entre as coisas que eu fiz até agora e que nunca faria em Recife, vale citar: conhecer um shopping que tem mais que o dobro do tamanho do Shopping Recife, fazer snowboard, andar 500 metros sob um frio de -22C e sobreviver, sentir o ar congelar dentro do nariz, comprar um celular ultra-mega-super-supimpa por 8 dolares, andar pelo campus através de pedwalks (passarelas entre os prédios) para não ter de sentir o frio das ruas, andar pela rua às 11 da noite com um laptop na bolsa e uns 200 dolares no bolso sem medo de ser assaltado e ver em quase todo canto cartazes de empregadores procurando gente para contratar (as lojas daqui tem espaços já prontos para cartazes de "hiring").

Bem agora vou dormir, estou esperando chegar minha conta de telefone, que vem junto com um cartão de memória para a câmera do meu celular a fim de poder, finalmente, mandar umas fotos daqui.

Marcel Jar